Me mostrando no cinema
A ideia surgiu em uma noite comum, entre risadas e taças de vinho, quando Letícia e Andrés começaram a conversar sobre suas fantasias mais ousadas. Havia algo na maneira como ele olhou para ela ao descrever o desejo de tê-la em um lugar público, de compartilhar aquele momento de paixão em um espaço onde o perigo da descoberta o tornava ainda mais intenso.
-Oh sério? Um cinema? —perguntou ela com um misto de surpresa e curiosidade.
“É perfeito”, respondeu Andrés, encostado no encosto do sofá, com um sorriso um pouco atrevido. Escuridão, pouca gente… E você, com aquela saia curta que tanto gosto.
Letícia riu, mas não conseguiu evitar que a ideia ficasse dias na sua cabeça. A combinação de adrenalina, vulnerabilidade e desejo despertou algo nela, algo que a levou a propor, quase como um desafio, que tornassem isso realidade.
Uma semana depois, eles estavam na última fila de uma sala de cinema quase vazia, escolhendo o filme mais irrelevante que encontravam nos cinemas. A escuridão envolveu o lugar, com apenas o leve brilho da tela iluminando as fileiras de assentos.
Letícia usava uma saia curta branca que se ajustava perfeitamente à cintura, com pregas suaves que se moviam levemente a cada passo. A blusa era um espartilho sem alças da mesma cor, que destacava seus ombros nus e sua silhueta.
Ela completou o look com uma bolsa preta cruzada no ombro, e seus longos cabelos negros caíam em cascata pelas costas, dando-lhe um ar elegante e provocante ao mesmo tempo. Andrés, como sempre, não conseguia tirar os olhos dela, principalmente pela forma como sua saia parecia dançar ao menor movimento.
O trailer ainda não havia terminado quando a mão dele começou a deslizar pela coxa dela, explorando lentamente, mal a tocando.
-Já? — ela sussurrou, tentando parecer desafiadora, mas sua voz a traindo com um tom levemente trêmulo.
“Você está incrível”, respondeu Andrés, ignorando a pergunta enquanto sua mão deslizava sob o tecido da saia, os dedos acariciando a pele macia de sua coxa.
Letícia olhou em volta, certificando-se de que as poucas pessoas na sala estavam completamente absortas na tela. Seu coração batia forte, uma mistura de nervosismo e expectativa fazendo sua respiração acelerar.
“Se alguém nos ver…” ela murmurou, mas não fez nenhum esforço para afastá-lo.
Letícia sentiu o rubor subir pelas bochechas e pelo peito, não só pelo contato das mãos de Andrés, mas pelo risco que corriam. A ideia de estar em um local público, rodeada de estranhos imersos no filme, a fazia tremer, mas não de medo.
Foi um calor diferente, uma mistura de adrenalina e morbidade que fez seu pulso acelerar. Ver Andrés tão disposto, com aquele olhar sombrio e determinado, só alimentou ainda mais esse sentimento. Eles estavam cruzando um limite, um limite que ela mesma desejava, e agora ela não podia deixar de se perguntar quanto tempo mais conseguiria aguentar antes de ceder completamente.
“Eles não nos verão”, assegurou Andrés, sua voz era um sussurro firme enquanto seus dedos continuavam a subir, fazendo-a estremecer ligeiramente. Confie em mim.
A primeira cena do filme começou, mas para eles o enredo era irrelevante. Andrés inclinou a cabeça na direção de Letícia, os lábios roçando seu pescoço com uma suavidade que a fez fechar os olhos. A mão que ainda estava em sua coxa avançou com mais confiança, explorando por baixo do tecido até encontrar a borda de sua calcinha.
Letícia soltou um suspiro suave, quase inaudível pelo som do filme. Sua mão agarrou o braço de Andrés, como se procurasse uma âncora enquanto ele deslizava um dedo sob a renda, tocando-a exatamente onde ela mais o desejava.
“Isso é loucura…” ela sussurrou, mordendo o lábio para conter um gemido.
Andrés sorriu com aquele entusiasmo desavergonhado que a deixava tão louca. Fascinava-o vê-la assim: exposta, dedicada e disposta a brincar, mesmo num lugar como aquele. Ela sabia que esses “malucos”, como ela os chamava, faziam parte do que mantinha o relacionamento deles vivo, longe da monotonia que tantos casais não conseguiam evitar.
A combinação de risco, desejo e confiança mútua encheu-o de uma euforia difícil de descrever. Letícia era sua cúmplice perfeita, e vê-la se contorcer sob seu toque, mordendo o lábio para não fazer barulho, só o fez querer levá-la ainda mais longe.
“É por isso que é tão emocionante”, respondeu ele, enquanto seus dedos começavam a se mover num ritmo lento, mas determinado.
A tensão no ar era palpável. Letícia inclinou-se para ele, prendendo-o num beijo profundo que abafou qualquer som que pudesse escapar de seus lábios. Seu corpo reagia a cada carícia, ao perigo, à possibilidade de ser descoberto.
Andrés quebrou o beijo por um momento, sua respiração ofegante enquanto sua outra mão subia para acariciar a barra da saia dela, puxando-a um pouco mais para cima.
“Se continuarmos, não poderei parar”, alertou ele, com a voz profunda.
Letícia olhou para ele, o rosto iluminado pelo brilho fraco da tela. Seus lábios formaram um pequeno sorriso antes de se inclinarem em direção ao ouvido dela.
—Então não pare.
Andrés sentiu um arrepio na espinha ao ouvir aquelas palavras sussurradas com tanta segurança em seu ouvido. Letícia não foi apenas cúmplice de suas fantasias; Ela era a dona deles naquele momento, aquela que ateou fogo a todos os limites que eles já haviam estabelecido.
Sem desviar o olhar dela, ele deixou suas mãos subirem lentamente por suas coxas nuas, seus dedos roçando intencionalmente cada centímetro de sua pele. A suavidade sob as pontas dos dedos era inebriante, um contraste com a intensidade do desejo que crescia dentro dela. Quando ele alcançou a borda da lingerie dela, ele não parou. Andrés deslizou os dedos com firmeza, pressionando de leve o tecido molhado que cobria seu sexo.
O contato o dominou, um calor que pareceu queimar a distância entre eles. Letícia abriu ligeiramente as pernas, um convite silencioso que o empurrou para continuar. Seus dedos começaram a se mover com mais determinação, traçando círculos lentos, mas insistentes, sentindo a resposta de seu corpo a cada espasmo sutil. A respiração de Letícia acelerou e Andrés não pôde deixar de engolir enquanto sua própria excitação se tornava quase insuportável.
—Você gosta disso, certo? —ele murmurou, sua voz profunda e quebrada de excitação.
Letícia assentiu, apenas um movimento, mas seus olhos diziam tudo. Foi a morbidez que a consumiu: estar ali, numa sala quase vazia, ao alcance de olhares curiosos caso alguém ousasse se virar. Ele sabia que poderiam ser descobertos a qualquer momento, e isso só intensificava a queimação em sua barriga. Seu peito subia e descia rapidamente, tentando captar o ar que Andrés lhe arrancava a cada carícia.
“É a última fila,” ela sussurrou, com um sorriso travesso enquanto sua voz mal tremia. Ninguém nos vê.
-Tem certeza? —Andrés deslizou os lábios até o pescoço dela, deixando um beijo lento e úmido antes de subir até a orelha dela—. Porque não consigo parar de olhar para você. Se alguém fizesse isso, eu não os culparia.
As palavras de Andrés acenderam ainda mais a centelha dentro dela. Letícia inclinou a cabeça para trás, fechando os olhos por um momento enquanto suas mãos procuravam o braço de Andrés, não para detê-lo, mas para guiá-lo. Uma parte dela sentia que deveria se conter, mas a outra, aquela que ele havia despertado, sentia-se viva, selvagem e pronta para qualquer coisa.
“Faça isso”, disse ele, apenas um sussurro. Não pare.
Andrés, ainda observando a expressão dela, deixou os dedos deslizarem pela renda da calcinha dela, encontrando-a molhada, pronta para ele. Letícia mordeu o lábio inferior com força, tentando abafar um gemido que ameaçava denunciá-los. A tensão em seu corpo era palpável; Cada carícia, cada movimento lento e deliberado a aproximava de um ponto sem volta.
“Diga-me que você não gosta disso”, murmurou Andrés, aumentando a pressão a cada palavra. Sabendo que poderíamos ser vistos. Que alguém possa descobrir o que estou fazendo com você.
Letícia abriu os olhos, as bochechas coradas, o pulso batendo forte na garganta. Ela quis responder, mas só conseguiu se inclinar na direção dele, buscando sua boca num beijo desesperado. Seus lábios se encontraram com a mesma intensidade de seus corpos: ansiosos, famintos e completamente alheios ao mundo ao seu redor.
O filme continuou seu curso na tela, mas para eles não havia nada além da respiração difícil e do som quase imperceptível do tecido se ajustando a cada movimento. Andrés quebrou o beijo apenas alguns centímetros, o suficiente para olhar para ela com um sorriso cheio de tesão.
—Você não sabe o quão linda você fica assim, Leti.
Letícia sorriu também, com a audácia de quem decidiu se entregar ao que é proibido.
Andrés não desviou o olhar dela, hipnotizado pela intensidade que viu em seus olhos. Seus dedos continuaram explorando sem barreiras, deslizando firmemente sobre a umidade que confirmava o quanto ele a desejava. Com um movimento lento, mas determinado, ele começou a afundar um dedo dentro dela, sentindo como o corpo dela o recebia, quente e cheio de necessidade.
Letícia soltou um suspiro trêmulo, os quadris movendo-se levemente em direção a ele, como se o convidasse a ir mais fundo. Andrés acrescentou mais um dedo, movendo-se num ritmo que ia aumentando aos poucos, provocando pequenos arrepios que ela tentava conter mordendo o lábio.
A tensão entre eles era como um fio prestes a se romper, cada carícia de seus dedos e cada resposta dela o apertavam mais, empurrando-os para o limite do que podiam conter.
A sala ainda estava envolta em escuridão, o brilho fraco da tela projetava sombras que dançavam acima deles. Risadas ocasionais quebravam o silêncio, vindas dos poucos participantes espalhados nas fileiras à frente. Algumas fileiras de distância pareciam alheios ao resto, compartilhando uma tigela de pipoca enquanto riam de alguma coisa no filme. Um homem solitário, um pouco mais próximo, parecia olhar para a tela sem piscar, o rosto iluminado intermitentemente pelo brilho das imagens.
Letícia mal se movia, as pernas tremendo levemente, o peito subindo e descendo rapidamente. Ele sabia que estava no limite, que sua respiração rápida e os pequenos suspiros que escapavam poderiam se tornar muito audíveis se ele não tomasse cuidado. Seus mamilos, tensos e sensíveis, esfregavam-se contra o tecido rígido do espartilho que ela usava, enviando uma mistura de prazer e pressão que intensificava cada sensação em seu corpo.
Ela fechou os olhos, tentando focar apenas no toque de Andrés, em como os dedos dele a preenchiam e no fogo que parecia se espalhar por todo o seu ser, incapaz de se conter por muito mais tempo.
“Andrés…” ela sussurrou o nome dele, mais um gemido reprimido do que uma palavra, deixando claro o quão perto ela estava.
Ele, longe de parar, inclinou a cabeça em direção ao ouvido dela, deixando seu hálito quente envolvê-la.
“Eu quero que você sinta tudo”, ele sussurrou com uma voz profunda, continuando a se mover. Mas tem que ficar muito, muito quieto… Não queremos chamar atenção, né?
Andrés sabia exatamente o que estava fazendo. Não era apenas o prazer de tocá-la, de sentir como o corpo dela respondia a cada movimento dos dedos dele. Foi o jogo, a tensão que se instalou entre eles como um terceiro protagonista naquela cena clandestina.
Ele adorava levá-la ao limite, não apenas fisicamente, mas mentalmente, com cada palavra calculada para plantar a ideia de que alguém poderia encontrá-los. A possibilidade o excitava tanto quanto tê-la sob seu controle.
Era um risco compartilhado, um fogo que ambos alimentavam, e saber que ela estremecia não só com o que ele fazia com seu corpo, mas com o que ele insinuava com suas palavras, o deixava completamente louco.
Letícia mordeu o lábio com mais força, tentando silenciar o som que ameaçava escapar. Suas mãos agarraram o assento, suas unhas cravando-se no estofamento enquanto o prazer percorria seu corpo. O filme continuou se projetando como pano de fundo, seus sons se misturando às batidas frenéticas do coração que Letícia sentia nos ouvidos.
Andrés se inclinou um pouco mais perto dela, a outra mão segurando-a firmemente pela cintura, ancorando-a naquele momento. Ele deu um beijo molhado em seu pescoço, sua língua traçando um pequeno caminho em direção à clavícula enquanto seus dedos continuavam a trabalhar com precisão calculada, trazendo Letícia cada vez mais perto do limite.
Os murmúrios na sala pareciam amplificados, cada ruído estranho intensificava a morbidez da situação. Eu podia ouvir o farfalhar da pipoca, o leve pigarro de alguém enquanto eles se acomodavam e, ao fundo, o som do filme ao qual ninguém mais parecia estar prestando atenção.
Letícia entreabriu os olhos, apenas para encontrar a silhueta do homem que estava sentado algumas fileiras à frente. Ele virou a cabeça? Por um momento pareceu que sim, embora o brilho da tela tornasse difícil distinguir. Essa pequena possibilidade, aquela centelha de incerteza, acendeu algo ainda mais intenso dentro dele.
—E se alguém estiver nos observando? —Letícia sussurrou com a voz embargada, cheia de excitação e medo.
Andrés soltou uma risada baixa e quase inaudível enquanto seus lábios roçavam seu pescoço.
“Deixe-os olhar se quiserem…” ele respondeu com um tom áspero, sua respiração quente contra a pele dela. Tenho certeza que eles adorariam ver você assim.
As palavras de Andrés, tão cruas e cheias de atrevimento, foram o empurrão final. Letícia sentiu seu corpo ceder ao prazer, uma onda avassaladora que a percorreu por completo, arrancando dela um gemido abafado que ela mal conseguiu conter mordendo o lábio.
Seus músculos ficaram tensos, suas pernas tremendo enquanto o calor a consumia. Foi um momento onde o medo e o desejo se misturaram, cada batida do seu coração lembrando-o da natureza proibida do momento. Por um segundo, sua mente vacilou: o que diriam se alguém os descobrisse? Mas essa dúvida, em vez de detê-la, parecia alimentar o fogo que Andrés sabia acender nela.
Não foi a primeira vez que ele a levou ao limite. Ele se lembrou do elevador daquele hotel, o eco de seus suspiros ressoando nas paredes de metal; a praia deserta, onde a areia fria contrastava com o calor das suas carícias. Andrés sempre encontrava uma maneira de empurrá-la além do que ela pensava ser possível, despojando-a de quaisquer inibições. Era a sua forma de demonstrar amor por ela, levando-a a experiências únicas, onde a rotina ou o tédio nunca existiram.
Ao seu lado, Letícia sempre se sentiu viva, desejada e no controle… embora soubesse que naqueles momentos o verdadeiro controle estava nele. Seus pensamentos se dissiparam quando seu orgasmo a atravessou com uma força avassaladora, deixando seu corpo trêmulo e vulnerável em seus braços.
Suas pernas mal conseguiam segurá-la no assento, um leve espasmo passando por elas de forma intermitente, como se elas se recusassem a se acalmar. Sua respiração era irregular, cada expiração carregada com um calor que se recusava a extinguir, enquanto seu peito arfante pressionava o espartilho que agora parecia mais apertado do que nunca.
Seus mamilos endurecidos esfregavam-se contra o tecido a cada movimento involuntário, uma pequena tortura que intensificava o eco de prazer que ainda pulsava dentro dela. Ela sentiu um calor úmido entre as coxas, uma lembrança nítida do quão longe Andrés a havia levado, e a sensação da renda encharcada a fez morder o lábio novamente, tentando silenciar o gemido que ainda ameaçava escapar.
Por um momento, a intensidade de tudo a fez fechar os olhos, tentando recuperar a compostura. Mas era impossível ignorar o tremor que ainda percorria seu corpo, desde a ponta dos dedos até a última fenda das costas. Ela estava exposta, completamente aberta e entregue, e sabia que Andrés sabia disso. O toque da mão dele em sua coxa, num gesto lento e possessivo, apenas a lembrou de que foi ele quem a levou até ali, além de qualquer limite que ela imaginasse.
A sala ainda estava escura, mas agora todos os sons externos pareciam amplificados. O farfalhar de uma bolsa, uma tosse ao longe, o leve sussurro de alguém falando. Tudo a lembrava de que eles não estavam sozinhos, que alguém poderia tê-la visto estremecer daquele jeito. E longe de envergonhá-la, essa possibilidade só aumentou o calor que ainda ardia dentro dela. Foi o efeito que Andrés causou nela, uma combinação de desejo, perigo e um prazer tão intenso que parecia apagar qualquer noção do que era permitido ou do que era proibido.
Andrés não parava de olhar para ela nem por um segundo, deliciando-se com cada reação de seu corpo, na forma como sua pele se arrepiava sob seu toque.
Letícia respirou fundo, apoiando a cabeça no ombro de Andrés. Seu coração ainda batia forte, mas aos poucos começava a se acalmar, embora o calor que sentia por dentro continuasse a correr por suas veias como um fogo lento.
Ele abriu os olhos e deixou seu olhar vagar pela sala, voltando-se para o homem algumas fileiras à frente. Desta vez ela teve certeza: ela havia se virado. Embora ela rapidamente voltasse o olhar para a tela, a ideia de que alguém os tinha visto era um combustível que alimentava algo dentro dela, mais intenso e perigoso. Um sorriso travesso apareceu em seus lábios.
—Você já viu, certo? —murmurou, quase um sussurro contra o pescoço de Andrés.
Ele não respondeu imediatamente. Ele apenas continuou acariciando o cabelo dela, seus dedos brincando com as pontas pretas enquanto inclinava a cabeça em direção a ela.
-Provavelmente. —Sua voz era baixa, rouca, carregada daquela segurança que sempre a desarmava—. Mas eu não o culpo. Como posso não olhar para você? Você estava linda… como sempre.
Letícia riu baixinho, ainda sentindo tremores ocasionais nas pernas, aquela leve lembrança do que acabara de acontecer. Ela levantou a cabeça para olhar para ele, encontrando seus olhos escuros e aquela expressão intensa que a fazia sentir como se o mundo estivesse desaparecendo ao seu redor.
“Ele gostou do que viu”, acrescentou ela, num tom brincalhão, mas com um tom que revelava o ressurgimento da morbidez dentro dela.
Andrés sorriu torto enquanto olhava para baixo, deixando os dedos deslizarem pela bochecha dela com ternura, embora o brilho em seus olhos fosse tudo menos inocente.
—A ideia te entusiasma? ele perguntou em um sussurro, seu hálito quente contra os lábios dela.
Letícia não respondeu imediatamente. Em vez disso, deixou que seus dedos traçassem um caminho lento e deliberado pelo peito de Andrés, até chegarem à coxa. Ela o sentiu tenso sob seu toque, sua ereção evidente pressionando contra o tecido de suas calças. A dureza sob seus dedos a fez morder o lábio, seu sorriso se transformando em algo mais travesso.
—E você não? —respondeu ele, mal erguendo a mão, provocando-o com movimentos leves.
Andrés soltou uma risada baixa, fechando os olhos por um momento enquanto tentava manter o controle. Ele se inclinou na direção dela, dando um beijo breve, mas ardente, em seus lábios antes de falar.
“É claro que isso me excita…” ele admitiu, sua voz cheia de desejo. Me emociona imaginá-lo olhando para você, querendo você, mas não podendo ter você. Vendo todos vocês.
Letícia estremeceu com suas palavras, sentindo o calor subir novamente em seu peito e pescoço. A conversa sussurrada parecia encher a sala com uma nova eletricidade, que ambos compartilhavam, como se o mundo inteiro estivesse reduzido àquele canto escuro e às palavras que trocavam.
—Talvez ele tenha feito isso. Talvez ele não tenha parado de olhar para nós todo esse tempo… — ela disse, sua voz apenas um murmúrio enquanto seus olhos se voltavam para o homem mais uma vez. Então ele olhou para Andrés, aproximando-se o suficiente para roçar os lábios na orelha. O que você faria se soubesse que ele está nos observando agora?
O corpo de Andrés reagiu com um leve espasmo sob sua mão, sua ereção pressionando ainda mais contra o tecido. O sorriso dela se alargou, encantada por ter aquele poder sobre ele, mesmo em um momento que deveria ser calmo.
“Isso faria você aproveitar ainda mais”, respondeu ele, com a voz tão baixa que quase se misturava com o som do filme. Mas só olhando, Leti. O que você é, o que você faz, tudo isso é meu.
Letícia sentiu um arrepio na espinha, o contraste entre as palavras possessivas de Andrés e a vulnerabilidade que ele havia demonstrado minutos antes a fez tremer novamente. Ela o encarou, os lábios se curvando em um sorriso que escondia novas ideias, um novo jogo que os dois já imaginavam sem dizer.
A respiração de Letícia ainda estava irregular, suas pernas ainda tremiam levemente e a memória do orgasmo recente continuava a pulsar por seu corpo como um eco. Apoiou a cabeça no ombro de Andrés, tentando recuperar a calma, mas a tensão continuava a vibrar no ar. O homem nas fileiras à frente permanecia imóvel, aparentemente focado no filme, mas algo na forma como seu corpo permanecia rígido, na forma como sua cabeça virava algumas vezes, revelava que ele não estava tão alheio quanto pretendia.
Andrés também percebeu isso. Seus olhos escuros se fixaram no homem, apenas uma sombra na penumbra da sala. Aquele espectador inesperado fez com que ele sorrisse cheio de algo mais que desejo. Era um jogo novo, uma fronteira que ainda não haviam ultrapassado.
“Venha comigo”, ele sussurrou, com a voz profunda e confiante como sempre, mas com uma nuance que Letícia reconheceu imediatamente: desafio.
-Para onde? —perguntou ela, olhando-o com desconfiança, embora uma parte dela já soubesse a resposta.
Andrés baixou a mão até sua coxa, acariciando-a com calma, sem pressa, num gesto que era ao mesmo tempo uma carícia e uma forma de tranquilizá-la.
-Mais perto. Na sua fila.
Letícia olhou para ele com os olhos arregalados, um rubor imediato subindo pelas bochechas e pescoço.
-Você está louco? —ele sussurrou, embora sua voz carecesse de qualquer firmeza real.
Andrés sorriu, sua expressão era um equilíbrio perfeito entre ternura e travessura.
—Só se você quiser. Seu tom suavizou, sua mão subindo para seu rosto para virar seu rosto em direção a ele. Eu nunca faria nada que você não quisesse, Leti. Você sabe disso.
Ela olhou para baixo, o peito ainda arfando. Não foi a primeira vez que ele a empurrou além do que ela pensava ser possível. Tinha sido num elevador, numa praia deserta, na varanda de um hotel onde a cidade dormia abaixo deles. Sempre foi igual: o medo inicial, a incerteza… e depois o prazer, um prazer que só Andrés sabia fazer sentir.
Ela nunca sentiu tanta liberdade como quando ele pegou sua mão e a levou além de seus limites. Ele sabia que não era a maldade que o movia; Era puro prazer, um desejo incontrolável de vê-la brilhar diante dos olhos do mundo, de saber que ela era dele, somente dele, mas ousada o suficiente para que outros a desejassem.
—Por que você gosta tanto disso? — ele finalmente perguntou, procurando o olhar dela.
Andrés a observou por um momento em silêncio, os dedos traçando pequenos círculos em sua bochecha. Havia algo de honesto na maneira como ele olhava para ela, algo que não tinha nada a ver com morbidez ou ego.
“Porque me faz sentir vivo”, ele respondeu, sua voz quase um sussurro. Ver você assim, livre, linda, desafiando tudo… Me excita porque sei que é comigo que você ousa fazer. Mais ninguém.
Letícia engoliu em seco, sentindo o peito apertar por um momento. Andrés nunca a forçou, nunca a empurrou além do que ela queria. Ele apenas lhe mostrou o caminho, e ela, no final, foi quem decidiu atravessá-lo.
—E o que acontece se ele…? —ele murmurou, sem conseguir terminar a frase.
“Nada vai acontecer”, respondeu Andrés com firmeza. Ele apenas observará. E se você não quiser, nós iremos embora. Mas eu sei que você quer experimentar, mesmo que isso te assuste.
Letícia fechou os olhos por um momento, pesando as palavras de Andrés. Ela o odiava um pouco agora por conhecê-la tão bem, por saber o que a excitava antes mesmo de ela mesma admitir. E sim, ela tinha razão: a ideia de estar mais perto desse homem, de desafiá-lo diretamente, a estava deixando louca.
“Está tudo bem”, ele finalmente sussurrou, quase sem fôlego. Vamos.
Andrés sorriu, aquele sorriso triunfante que sempre a desarmava, e levantou-se calmamente. Ele pegou a mão dela, ajudando-a a se levantar, e conduziu-a com um passo silencioso em direção à fileira onde o homem estava. A sala ainda estava envolta em escuridão, a luz da tela lançava sombras nas paredes. Ninguém parecia notar seu movimento e, se alguém notou, não prestou atenção.
Sentaram-se três assentos à direita do homem, perto o suficiente para que ele percebesse, mas não o suficiente para serem óbvios. Letícia sentiu o coração disparar no peito, as mãos tremendo enquanto ela se acomodava no assento. Andrés logo se aproximou dela, sua mão a encontrando novamente, acariciando lentamente sua coxa exposta.
“Agora faça isso”, Andrés sussurrou em seu ouvido. Provoque isso.
Letícia engoliu em seco, os olhos fixos na tela sem realmente registrar as imagens que passavam diante dela. O homem estava imóvel, mas sua presença era como um peso palpável no ar, impossível de ignorar. O jogo entre eles, invisível mas carregado de tensão, fazia com que ela se sentisse exposta e poderosa ao mesmo tempo.
Com movimentos calculados e lentos, ela cruzou as pernas, permitindo que a saia branca deslizasse ainda mais para cima, o tecido leve revelando o início de suas coxas. Ela fingiu se ajustar, inclinando-se levemente na direção de Andrés, fazendo com que seu decote se projetasse o suficiente para imaginar o caminho de um olhar furtivo. A posição a forçou a abrir um pouco mais as pernas, e a umidade que sentiu na virilha pareceu se intensificar à medida que a renda roçava sua pele sensível.
O movimento aparentemente casual fez com que a saia continuasse subindo, até mal cobrir seus quadris. Um leve gesto com as mãos, como se fosse ajustá-lo, apenas o fez deslizar ainda mais, expondo suas nádegas arredondadas sob a penumbra da sala. O tecido de sua calcinha estava claramente úmido, escurecido pelo calor que continuava pulsando dentro dela, uma prova do que acabara de acontecer e do que ainda queimava dentro dela.
Não demorou muito para Andrés perceber isso. Seus olhos baixaram lentamente, demorando-se na visão que ela lhe oferecia. Seus dedos se moveram para sua coxa, roçando-a com uma carícia que parecia tanto um gesto de posse quanto de admiração.
“Você foi feita para isso…” ele murmurou com uma voz profunda, quase inaudível, mas o suficiente para causar um arrepio na espinha dela.
Letícia não respondeu, embora seus lábios se curvassem num sorriso que refletia o prazer e a curiosidade de saber que era desejada. Suas pernas tremiam levemente, a vulnerabilidade de estar tão exposta despertava um misto de medo e excitação. Ao mesmo tempo, sabia que Andrés estava ali, a sua presença como uma âncora que transformava o risco em pura adrenalina.
A tela iluminou brevemente a sala, banhando sua pele com um brilho intermitente que, por um instante, pareceu torná-la o centro das atenções. Ele não precisou olhar para o homem para saber que ele ainda estava ali e que provavelmente estava observando tudo. Essa possibilidade a excitou ainda mais, um fogo que ardia em cada batimento cardíaco acelerado de seu peito e na umidade crescente que agora deslizava por suas coxas.
“Assim…” Andrés murmurou, sua voz cheia de desejo enquanto seus dedos subiam um pouco mais, mal tocando a borda da renda da calcinha dela. Você sabe que ele não consegue parar de olhar para você.
Letícia, com o rosto corado e a pulsação acelerada, deixou a mão repousar na coxa de Andrés, sentindo a firmeza de sua ereção sob o tecido. Um sorriso trêmulo se espalhou por seus lábios quando ele inclinou a cabeça em direção ao ouvido dela.
—E se ele enlouquecer? — ela sussurrou, seu tom sedutor, mas desafiador.
Andrés olhou para ela, seus olhos escuros brilhando com uma mistura de posse e devoção.
—Não mais que eu…
Letícia riu baixinho, deixando seus dedos traçarem um pequeno caminho sobre a dureza de Andrés, como uma provocação silenciosa. Então, ele virou o rosto apenas alguns centímetros, o suficiente para olhar de soslaio para o homem, e mordeu o lábio, num gesto cheio de intenção.
Foi um convite sem palavras, uma provocação tão flagrante que sentiu o corpo de Andrés reagir imediatamente sob sua mão.
“Leti…” ele sussurrou, com a voz quebrada, apertando a coxa dela com mais força. Você vai me deixar louco.
“Então enlouqueça”, ela respondeu, seu sorriso ficando selvagem.
Andrés mal conseguia responder, com a mandíbula tensa enquanto ela deslizava a mão mais para cima, acariciando descaradamente a dureza que lutava contra o tecido da calça dele.
Letícia sorriu sedutoramente, sentindo-se poderosa e vulnerável ao mesmo tempo. Seus dedos começaram a trabalhar no botão da calça de Andrés, seus movimentos deliberados, lentos, como se aproveitasse cada segundo que o fazia esperar. Sua atenção estava dividida, uma parte voltada para a tarefa e outra para o espectador, aquele homem cuja presença era impossível de ignorar.
Quando ele finalmente liberou sua ereção, soltou um suspiro suave ao sentir o calor e a firmeza sob seus dedos. Ela abaixou ligeiramente a cabeça, seus longos cabelos escuros caindo como uma cortina que mal escondia o que ela estava prestes a fazer. Ela olhou para Andrés com um brilho travesso nos olhos antes de se inclinar para ele, deixando seus lábios roçarem suavemente nele no início, provocando-o, apreciando a forma como seu corpo reagiu.
Para se acomodar melhor, Letícia deslizou um pouco mais no assento, levantando levemente os quadris enquanto ajustava sua posição. Sua saia, que já estava na altura do quadril, deixava seu traseiro arredondado completamente exposto, uma visão direta para o homem sentado a três assentos de distância. Pude sentir seu olhar, como um peso que aumentava a tensão e a emoção do momento.
A primeira carícia de sua língua foi lenta, exploratória, e Andrés soltou um leve gemido que mal conseguiu abafar mordendo o lábio. Letícia sentiu uma onda de poder percorrê-la, aquele prazer de saber que poderia levá-lo ao limite com apenas um movimento. Mas havia também o risco, aquela adrenalina que a fazia tremer ligeiramente, consciente de que não estavam sozinhos e de que cada movimento seu era um desafio direto aos limites do que era permitido.
A cada movimento, Letícia se entregava mais, aumentando a intensidade enquanto suas mãos o seguravam com firmeza. Seus lábios se moviam com precisão calculada, alternando entre carícias suaves e um ritmo mais determinado que causava leves espasmos no corpo de Andrés. A cada momento, ela sentia sua própria umidade aumentar, uma pulsação insistente entre as pernas que a fazia se contorcer no assento.
Embora sua atenção estivesse voltada principalmente para Andrés, ele não pôde deixar de desviar o olhar, apenas por um momento, em direção ao observador. A penumbra tornava difícil distinguir os detalhes, mas havia algo na maneira como ele permanecia imóvel, na forma como sua postura parecia mais tensa, que lhe dizia que ele sabia exatamente o que estava acontecendo.
A ideia de ser observada, de ser exposta e ao mesmo tempo protegida por Andrés a excitava de uma forma que ela mal conseguia entender. Ela sentiu sua vulnerabilidade se misturar com uma sensação de controle absoluto, como se todo esse espetáculo fosse só para ela.
Com um movimento lento e deliberado, ele deslizou um pouco a cueca para o lado, como se buscasse aumentar ainda mais o impacto. Ele sabia que esse gesto não passaria despercebido, e a ideia de que seu espectador pudesse ver cada detalhe causou um arrepio por todo o seu corpo.
Andrés, sem conseguir se conter, levou a mão aos cabelos de Letícia, entrelaçando os dedos nos fios escuros enquanto sua respiração ficava mais pesada.
“Leti…” ele murmurou, sua voz quase um sussurro, mas carregada de urgência. Você vai me deixar louco.
Ela respondeu sem palavras, intensificando o ritmo, deixando que seus movimentos provocassem nele reações que a faziam sentir-se poderosa. Sua língua traçava caminhos úmidos e precisos, enquanto seus lábios se fechavam firmemente ao redor dele, alternando entre carícias profundas e provocações lentas que o faziam tremer.
Suas mãos não estavam muito atrás; um o segurava com força, guiando cada movimento, enquanto o outro explorava mais abaixo, acariciando suavemente, acrescentando um prazer adicional que fez Andrés mal conseguir conter seus gemidos.
Cada suspiro reprimido, cada tremor de seu corpo sob seu controle, era como uma faísca que alimentava o fogo dentro dela. Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e a ideia de que seu espectador pudesse imaginar cada detalhe fez com que sua própria excitação se intensificasse. Naquele momento, ela era dona não só do prazer de Andrés, mas da atenção de quem ousasse olhar.
Por um momento, Letícia fechou os olhos, deixando-se levar pelas sensações, pelo calor que a invadia, pelo prazer de saber que estava completamente exposta, mas ao mesmo tempo protegida. Andrés nunca a deixaria cair, nunca a forçaria a ir além do que ela queria, e essa certeza a fazia sentir-se invencível.
Abrindo os olhos novamente, ele deixou seu olhar deslizar mais uma vez para o homem. Desta vez ela não teve dúvidas: ele estava observando, embora ela tentasse esconder olhando pelo canto do olho. Letícia sorriu para si mesma, deixando a língua percorrer lentamente Andrés, um carinho tão desavergonhado que o fez gemer baixinho.
“Você é incrível…” Andrés sussurrou com a voz embargada, os olhos brilhando de desejo ao olhar para ela.
Letícia sorriu para si mesma, sentindo o calor que se acumulava entre suas pernas, a umidade que voltava a se fazer presente com uma velocidade avassaladora. Ele deslizou a mão lentamente pela coxa de Andrés, apreciando como seu corpo respondia instantaneamente, endurecendo ainda mais sob seu toque.
Da posição em que se encontrava, com o corpo curvado e o rosto voltado para ele, Letícia deixou seu olhar encontrar o de Andrés, com uma centelha de atrevimento brilhando em seus olhos.
“Tem certeza que pode lidar com isso?” ele sussurrou, seu tom descaradamente provocativo, soltando cada palavra como um desafio. A posição em que ela estava, tão exposta, com a bunda levantada e as pernas abertas, era um convite desavergonhado que ela sabia que estava excitando mais do que apenas Andrés.
Andrés mal conseguia responder, com a mandíbula tensa enquanto ela deslizava a mão mais para cima, acariciando descaradamente a dureza que lutava contra o tecido da calça dele.
“Sempre”, ele conseguiu murmurar, com a voz rouca, quebrada pela necessidade.
O ar ao redor deles parecia ficar mais denso, denso de desejo e perigo. Letícia sabia que eles estavam prestes a serem descobertos, que qualquer movimento ou ruído muito óbvio poderia denunciá-los. Mas essa possibilidade, longe de assustá-la, apenas a tornou mais ousada. Sua língua se movia com maior insistência, seus lábios se ajustavam com mais força, criando um ritmo úmido e lento que arrancava leves espasmos do corpo de Andrés.
A sensação de estar sendo observado ainda estava latente. Era como se uma corrente elétrica percorresse sua espinha, um arrepio que a fez se sentir exposta e vulnerável, mas ao mesmo tempo incrivelmente poderosa. O homem na fila ficou muito imóvel, com uma postura rígida, como se tivesse medo de se mover e se denunciar. Letícia não pôde deixar de imaginá-lo olhando pelo canto do olho, os olhos fixos em cada movimento dela, preso entre o desejo e a dissimulação.
Por um instante, o olhar dela deslizou para ele. Não havia dúvida: a mão dela desceu lentamente em direção à virilha dele, movendo-se de maneira quase imperceptível, como se tentasse aliviar a pressão que ela mesma havia causado. Essa certeza a fez sorrir para si mesma, um gesto breve e cheio de intenção.
Ele deixou sua língua seguir um caminho mais longo e provocador, acrescentando um gemido suave que ecoou entre eles, abafado pelo volume do filme. Andrés reagiu imediatamente, passando a mão pelos cabelos e entrelaçando os dedos nas mechas escuras.
“Merda…” ele murmurou com uma voz rouca, cheia de necessidade.
A ideia de ser observada, de ser exposta e ao mesmo tempo protegida por Andrés a excitava de uma forma que ela mal conseguia entender. Ela sentiu sua vulnerabilidade se misturar com uma sensação de controle absoluto, como se todo esse espetáculo fosse só para ela.
Letícia fechou os olhos novamente, deixando as sensações tomarem conta dela. A textura, o sabor, o calor que enchia sua boca eram um lembrete de quão profundamente conectados eles estavam naquele momento. Cada movimento de sua língua, cada leve pressão de seus lábios provocava um suspiro reprimido em Andrés, um som que parecia ressoar diretamente em seu peito, enviando uma nova pulsação de calor entre suas pernas.
Eu sabia que ele estava perto do limite. Ele podia sentir isso na forma como seus músculos ficavam tensos, na forma como seus dedos agarravam seu cabelo. Letícia intensificou seus movimentos, estabelecendo um ritmo mais determinado, mais urgente, enquanto sentia o tremor crescente que percorria o corpo de Andrés.
“Leti…” ele murmurou, sua voz quebrada, suas palavras um aviso de que ele não precisava terminar.
E então ele sentiu isso. Andrés estremeceu completamente, arqueando levemente as costas enquanto soltava um gemido profundo, abafado nas costas da mão.
Letícia o encontrou com uma mistura de desejo e desafio, seus lábios selados sobre ele, segurando tudo enquanto o gosto salgado se espalhava por sua língua. Mas a intensidade foi demais. Um pequeno fio escapou entre seus lábios, deslizando pelo canto antes que ele pudesse pegá-lo com a língua.
Ele se afastou lentamente, enxugando-se com as costas da mão enquanto olhava para Andrés com um sorriso satisfeito e travesso. Seu rosto estava vermelho, seus cabelos estavam desgrenhados e seus olhos brilhavam com uma intensidade que a fazia sentir-se desejada e poderosa.
“Você é incrível…” Andrés sussurrou, inclinando-se em sua direção, acariciando seu rosto com dedos trêmulos enquanto sua voz ainda estava embargada.
Letícia respondeu com um sorriso, os olhos brilhando com uma mistura de triunfo e desejo. Antes de responder, Andrés segurou seu rosto com as duas mãos e beijou-a profundamente. Seus lábios se encontraram com uma urgência compartilhada, saboreando um ao outro, deixando o leve toque salgado como um rastro do que acabara de acontecer. O beijo foi lento, mas intenso, um refúgio de intimidade em meio ao caos do jogo.
Quando se separaram, os dois trocaram um olhar cheio de satisfação, mas algo mais os interrompeu. Letícia desviou a atenção bem a tempo de ver o homem, seu espectador, levantando-se repentinamente. Seu movimento desajeitado fez com que ele tropeçasse ligeiramente no assento, e sua pressa em sair da sala era óbvia demais para não ser notada.
Andrés soltou uma risada baixa, quase inaudível, enquanto Letícia o olhava de canto de olho, erguendo uma sobrancelha com uma expressão que misturava zombaria e provocação.
Letícia o seguiu com o olhar enquanto ele desaparecia na escuridão, seus passos rápidos e desajeitados ecoando brevemente antes que a porta se fechasse atrás dele. Houve um momento de silêncio entre ela e Andrés, como se estivessem processando o que acabara de acontecer.
E então explodiram numa gargalhada conjunta, baixa, abafada, mas cheia de cumplicidade. A tensão construída entre eles derreteu naquele momento, substituída por uma sensação de leveza que trouxe lágrimas de riso aos seus rostos.
—Você viu como ele fugiu? —Andrés sussurrou, sua voz cheia de risadas enquanto tentava se recompor.
“Acho que demos a ele mais do que ele esperava”, respondeu Letícia, limpando o canto da boca com o dedo antes de chupá-lo provocativamente, fazendo Andrés sorrir.
—Você sempre faz isso, Leti… Sempre.
Ela olhou para ele, inclinando-se em sua direção para dar um beijo suave em seus lábios. O filme continuou a servir de pano de fundo, mas para eles aquele momento foi a verdadeira história. Letícia ajeitou a saia com calma, deixando Andrés passar o braço em volta dela enquanto o calor de seu corpo a envolvia.
O jogo acabou, mas a faísca entre eles ainda estava viva, como sempre.