A nova geração

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Eu que comi seu pai, eu que comi sua mãe, te digo que a sua geração não presta. Os jovens não sabem mais aproveitar a vida. No meu tempo, sim, a gente sabia o que era diversão. Lembro de uma orgia maravilhosa na casa do seu pai. Sua mãe deitou em cima da mesa. Sentei numa cadeira e comecei a chupá-la. Seu pai foi engatinhando para baixo da mesa e começou a me chupar. Ficamos ali, um tempão, só no prazer oral. Depois mudamos de posição e penetramos sua mãe, juntos, como dois verdadeiros amigos. Seu pai pela frente e eu por trás. Sim, eu por trás, porque sempre respeitei a vagina da sua mãe. Eu metia só na boca ou na bunda, porque sei que a vagina é para o marido. Fizemos isso tantas vezes… Mas sempre esse carinho, esse respeito mútuo. E é isso que você não entende, porque você é dessa geração corrompida, que não respeita nada, não dá valor a porra nenhuma. Um bando de niilistas que ainda por cima nem sabe o que é niilismo.

Lembro também de uma noite maravilhosa com aquela sobrinha da sua mãe, como é mesmo o nome dela? Ângela? Ângela ou Angélica ou Ágata… Você já comeu? Mas ela é sua prima, o que você está esperando? Está vendo o que eu estou dizendo, sua geração não sabe nada. Que mal tem ela ter o dobro da sua idade? É uma mulher linda e fode maravilhosamente. Quantas vezes não nos amamos, eu, seus pais e ela, no apartamento de Cabo Frio? Sua mãe se aquecia com ela, enquanto seu pai tocava uma para mim. Depois nos juntávamos na cama, trocávamos, revezávamos, gozávamos deliciosamente, como bons amigos. Sempre houve entre nós esse respeito, essa lealdade que a sua geração desconhece. Sua prima tinha o quê? Quinze, catorze anos? Por aí, afinal você nem era nascido. Mas as jovens amadureciam cedo naquela época, com quinze anos já eram revolucionárias, já entendiam a necessidade de lutar contra os preconceitos, de quebrar tabus! Pergunte à sua prima, ela vai te confirmar tudo. Seu tio é que nunca nos entendeu. Ele nos chamava de drogados, de pilantras, de transviados. Ele nunca teve a nossa ânsia de abrir as portas da percepção.

Eu te digo numa boa: afaste-se de pessoas como seu tio. São conservadores, burgueses, só pensam em trabalhar e ganhar cada vez mais, mais, mais! E tudo isso para quê? Para conviver com pessoas que também só pensam em trabalhar e ganhar mais. Ah, isso não é vida. Ainda mais agora que você quer ser artista. Você está fazendo que curso mesmo? Cinema? Pois é, rapaz, não existe cinema conservador! Você vai ter que conviver com pessoas liberais, revolucionárias, pessoas que fazem a diferença nesse mundo burocrático e mesquinho. E a sua namorada? Ela pelo menos é mais ousada, mais original? Quando é que você vai trazê-la aqui, para eu conhecer? Sim, vocês têm que aparecer mais aqui em casa. Vou contar altas histórias para vocês, histórias daquele tempo de libertação, de descoberta, de experimentação… Sua mãe já fez cada coisa, se eu te contar… Mas não quero falar nisso agora. Vamos fazer uma festinha, traga sua namorada, traga seus amigos. Vou te apresentar uns amigos também, todos do meio artístico, atores, diretores, escritores. Pessoas que você precisa conhecer e que não vai esquecer. E sua irmã? Ela está com quantos anos? Traga sua irmã também, rapaz! Vamos ver se a gente consegue salvar pelo menos alguns indivíduos dessa geração careta. Precisamos agir, não podemos deixar a repressão voltar com tanta força. Vamos fazer alguma coisa, vamos tentar ser uma ilha de liberdade no meio desse mundo neocareta, neocristão, neobosta! Conto com você, amigo. E com sua irmã, e com sua namorada! Sei que você não vai falhar, você vai ver como é gratificante viver em nome dos ideais!

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