Essa bunda

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Você tem coragem de sonhar? Se você gosta de mulheres muito, muito maduras como eu, não deixe de realizar seus sonhos. Se você tem quarenta ou cinquenta anos e ama tudo na vida: Aproveite! Ou talvez você não se lembre, quando era jovem, de como as mulheres mais velhas que você lhe davam?

Quantos idiotas você teve assistindo ou pensando em um? Você se lembra deles? Você os contou? Talvez você tenha feito isso pensando em seus vizinhos, ou nas mães de seus amigos, ou talvez em sua tia, a viúva de sessenta e poucos anos da cidade que o seduziu naquele verão, apresentando-o à prática das artes do amor.

No exato momento em que você está lendo esta história, devo confessar que atualmente estou apenas ocupado e preocupado em tentar seduzir outra mulher madura e acabar transando com ela. É meu vício habitual. Aquele que mais me conforta. Porra. E também, tentar melhorar meu histórico pessoal, que atualmente é dos 71 anos de Pilar, cuja história é o que me traz aqui hoje para contar a vocês.

Meu nome é Javier e esta semana completei 50 anos. Sou funcionário público e moro em uma cidade do litoral. Esta é uma informação desnecessária, mas mesmo que lhe pareça irrelevante, permitirá que você se coloque no contexto da minha realidade atual. E eu trabalhava no setor privado há mais de vinte anos, enfrentando um nível de estresse e ansiedade que começava a prejudicar minha saúde física e mental. Era angustiante e insuportável para mim pensar todos os domingos que a semana tinha que começar no dia seguinte. A tal ponto que cheguei à conclusão de que trabalhar é importante, mas  viver bem é ainda mais.

Foi assim que pensei, algo não original mas que muitos trabalhadores consideram em algum momento da vida: Um emprego estável, um horário para desfrutar do lazer e acima de tudo e fundamentalmente, um salário “para toda a vida”. Cheguei à conclusão de que conseguir um cargo de funcionário público significaria para mim aquela oportunidade de escapar da precariedade de um mercado de trabalho de merda, como o do meu país.

Geralmente não sabemos a diferença entre sonhos, desejos e objetivos. Embora pareçam iguais, não são. Esse foi o meu caso quando eu estava prestes a completar cinquenta anos. Sonhos são o que temos em mente e que projetamos a partir da nossa imaginação ou fantasia e que provavelmente, se você se reconhecer na minha história, também verá representado como uma grande nuvem acima da sua cabeça e com olhos, os seus, olhando de uma forma diferente caminho curioso para cima e subindo a uma distância considerável de seu corpo.

Sonhar com o que se deseja alcançar é bom, mesmo que fazê-lo sozinho não nos aproxime do resultado desejado. Mas se você não colocar em prática nada acontecerá. Visualizamos os sonhos como desfocados e distantes, porém o dia em que algo “clica” em nossa cabeça é quando nos comprometemos a torná-los realidade. A partir desse exato momento, não sabemos, já estamos traçando o caminho do nosso próprio destino. É paradoxal. Embora tudo pareça estar indo devagar, como foi no meu caso, eu já estava me movendo muito mais rápido do que realmente pensava.

Além de “sonhar acordado”, o desejo foi o primeiro passo do impulso vital que me levou a partir daquele dia a focar minha vida naquilo que eu aspirava no trabalho: passar em um exame e poder mandar todos os meus chefes para o inferno. Um de cada vez ou todos de uma vez. O tom e a nuance seriam decididos no momento. Agora bem. Eu sabia e tinha certeza que só por desejar não alcançaria meu objetivo. Porque você pode querer muitas coisas, mas somente com a prática e execução de um plano elas podem ser alcançadas. Foi assim que me inscrevi em uma academia e comecei a dedicar todo o meu tempo livre aos estudos. Com essa base, com disciplina, persistência e perseverança (três atributos incontornáveis ​​que só dependiam de mim), foi como consegui concretizar o meu sonho e passei a oposição na primeira chamada a que compareci.

No dia seguinte ao conhecimento da minha passagem, retomei as minhas rotinas de lazer, com o prazer acrescido que isso implicava, dedicando-lhes, pelo menos durante algumas semanas até chegar ao meu destino, todas as horas que desejasse. Tudo isso com a tranquilidade que acaba de se instalar na minha nova vida: estabilidade econômica, horário matinal exclusivo, folgas todos os finais de semana e feriados, férias, assuntos pessoais,… Todos aqueles direitos trabalhistas que deveriam ser comuns em qualquer cargo. trabalham, mas infelizmente só costumam ser respeitados quando trabalham na administração.

Assim que entrei no novo emprego, resolvi dar uma nova guinada na minha nova vida e mudei de endereço, mudando-me para uma cidade litorânea, onde além de me sentir encantada e muito confortável, redescobri um novo hobby que havia abandonado desde a minha juventude: A da atração e do fascínio que as mulheres mais velhas provocavam em mim, não me importava se eram atraentes ou não. Foi o suficiente para mim que eles continuassem a se sentir desejáveis ​​e desejados. Isso foi, e ainda é, o suficiente para mim.

“GILF” (Granny I’d Like to Fuck ou Grandma id like to Fuck, “uma vovó que eu gostaria de foder”), é uma sigla que de certa forma é usada para rotular e falar depreciativamente de mulheres que já são muito antigos. Almoçando na praia da cidade, com meus novos colegas de trabalho, foi quando ouvi essa palavra novamente. Por trás desse termo se reflete uma realidade muito mais ampla e complexa, como a percepção de beleza e atrações mórbidas diferentes das convencionais.

Meus novos “companheiros”, entre mordidas na carne de potro, começaram a zombar de algumas das “vovós” que naquela época estavam tomando sol ou passeando na praia.

-Mas para onde vai aquela velha de biquíni?

-Olha então para o outro. Você tem peitos mais flácidos que as torres gêmeas.

– Ó meu Deus. Bem, olhe para isso. Certamente está mais expirado que o BlackBerry WhatsApp.

Internamente pensei que aqueles caipiras nunca iriam curtir (ou fazer as pessoas curtirem) “senhoras” como aquelas da praia que, além de terem menos complexos, distrações e desinibições que elas, têm mais tempo livre e sabem aproveitar e saboreie seus momentos de relaxamento com quem sabe apreciar o magnetismo de seus encantos. Ele tinha toda a manhã daquele sábado pela frente. Então, quando nos trouxeram a conta, decidi ficar lá só mais um pouquinho. Eu estava definitivamente confortável e foi um dia muito bom.

Pedi um “cremaet” para saborear esta “iguaria”, uma mistura de açúcar, limão, grãos de café e rum queimado.

-Aqui está, senhor. A casa convida você para esta foto.

Agradeci ao garçom pelo detalhe e comecei a prová-lo nos lábios.

Foi no primeiro gole que uma frase me prendeu como uma flecha da mesa ao lado:

– Seus amigos são muito corajosos.

Sentada e tomando uma raspadinha de café na mesa ao lado, uma mulher ergueu a mão para sinalizar ao garçom. Eu queria a conta. Era uma mulher que tinha cerca de 70 anos. Tamanho grande. À primeira vista, suas feições pareciam refinadas. Seus olhos claros pareciam brilhar com luz própria, o que conferia ao seu olhar um apelo misterioso que convidava a sonhar em um mundo de fascínio e fantasia. Ele estava vestindo uma camisa branca simples de mangas compridas. Transmitiu elegância e classe ao mesmo tempo. A saia era preta com fenda. Ela estava sentada em uma pose muito sexy com as pernas cruzadas. Sem tirar os óculos escuros e batendo ritmicamente a sandália no calcanhar, ele fixou o olhar no meu. O decote dela era ótimo. Como ela. Uma mulher voluptuosa, com seios generosos e pesados, mas flácidos. Largas nos quadris, suas pernas eram firmes. Como a parte interna de suas coxas grossas e brancas que apareciam generosamente pela fenda da saia.

Ela estava discretamente maquiada. Seus dentes brancos. Suas longas unhas vermelhas combinavam com seus lábios vermelhos. Gosto que mulheres mais velhas usem  lábios vermelhos . E não só porque é um aumento de autoestima para eles. Acima de tudo, me fascina porque adoro sentir a sensualidade e a umidade dos lábios em gloss vermelho enquanto me chupam. E embora seja verdade que o metabolismo desacelera com a idade, no sexo oral (como na gastronomia), gosto que meus amantes saboreiem e desfrutem de cada mordida, de cada carícia de língua ou de cada engasgo. Com o tempo descobri que gosto cada vez mais de ser comida aos poucos e de aproveitar intensamente cada segundo de cada boquete.

-Fale comigo?, respondi.

Sentada ali, ela parecia estar posando para mim. No rosto, ela era bonita. Sua tez, muito branca. Ela tinha algumas sardas no rosto e na parte dos seios que apareciam pela sacada do decote. Resumindo: Uma garota madura e ruiva que rasga e rasga.

-Não consigo parar de ouvir sua conversa absurda sobre nós, “vovós”. Que bando de idiotas vocês são. Sem falar na falta de educação e respeito.

-Com licença, senhora. Se, como você diz, não conseguiu parar de ouvir a conversa, deve ter notado que nenhum tipo de comentário além do silêncio saiu da minha boca. Você não me conhece mas posso garantir que não só não compartilho da falta de educação e respeito de que você fala, mas no meu caso, minhas preferências e gostos estão alinhados e opostos ao tom de conversa destes idiotas que estavam almoçando hoje comigo.

A mulher permaneceu em silêncio por alguns momentos. Ele tirou os óculos escuros e quando se levantou para sair disse:

-Desculpe. Talvez eu tenha ido aonde não me importo e teria sido melhor ficar quieto, mas meu sangue fervia ao ouvi-los.

-Não se preocupe. Não há nada para desculpar. Pelo menos da minha parte.

-O que foi dito. Desculpe. Bye Bye.

Ele colocou os óculos de volta, cobrindo aqueles lindos olhos claros e, virando-se, começou a caminhar de volta, suponho, para sua casa.

-Com licença, senhora. Meu nome é Javier. Quero dizer-lhe antes de partir que esta forma de nos encontrarmos aqui e neste caso de nos despedirmos, é para mim uma tristeza tão doce que só gostaria de dizer “até amanhã”, neste mesmo lugar e nesta mesma hora .

A mulher deu um meio sorriso e se afastou pelo calçadão então já movimentado, até que a perdi de vista.


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