O Assalto à Firma e os Doze Homens no Banheiro
Até hoje não consegui processar direito aquele dia. Era final da tarde quando um grupo armado invadiu o escritório. Entraram procurando o dono da empresa, mas logo todo mundo virou alvo. Pegaram os celulares, cartões, senhas de banco, chaves dos carros e mandaram que tirássemos as nossas roupas. Mantinham a arma apontada enquanto cada homem e mulher tirava o paletó, gravata, camisa, calça, saia. Forçaram também a tirarmos as peças íntimas. Sutiens, calcinhas, cuecas, de todas as cores e modelos, empilhados, enquanto ficávamos nus na frente uns dos outros. Revistavam o vão das pernas em seguida, de baixo do saco inclusive, para se certificarem que não havia nada escondido.
Com pedaços das nossas próprias roupas, amarraram nossas mãos às costas, nos amordaçaram e nos vendaram, antes de nos empurrarem para o banheiro. Mulheres em um, homens em outro. Prezos em dois lavabos apertados. Éramos doze caras no escritório.
– Se algum desses cartões não funcionar, a gente volta aqui pra acertar as contas – ameaçou a voz.
Passaram-se alguns minutos de silêncio angustiante, onde todos permanecemos de pé, estáticos e até as respirações eram contidas e temerosas. Quando acreditamos que haviam mesmo ido embora, começamos a nos movimentar, na tentativa de desvencilhar das amarras, mas era impossível não acertar a costela ou o saco de alguém. Gritávamos por socorro, o mais alto que a mordaça permitia, mesmo sabendo que não havia movimento naquela rua durante o período da noite. Tudo em vão.
Passadas as horas, com o calor e o cansaço, os corpos começaram a naturalmente se escorar uns nos outros. A testa de alguém se apoiava na minha nuca e eu sentia a respiração de outro em meu pescoço. Havia uma coxa entre as minhas pernas e a cada movimento que fazia ela roçava no meu pau, que inevitalmente foi ficando duro. Eu não era o único, pois algo parecia crecer sobre o meu antebraço e as bolas de alguém se apoiavam sobre minhas mãos. Ao mesmo tempo, o pênis de outro se esfregava nos pêlos do meu abdômem e já começava a deixar a região umedecida.
Eu não sei com quem começou, mas de repente tudo ali se tornou uma grande suruba. Gemidos eram ouvidos, corpos vindos de todos os lados, se esfregavam uns nos outros. Em dado momento, o cara a minha frente avançou para mais perto de mim. Parecia estar sendo enrabado, pois se projetava em minha direção em um pulso ritmado. Sua coxa também avançara para baixo do meu saco e o acertava a cada estocada que levava, me colocando na mesma pulsação.
É então que uma mão encontra meu pau e em um impulso, eu aperto as bolas do cara atrás de mim. Ele agora beija meu pescoço enquanto aquelas mãos tateam meu membro e buscam reconhecer suas dimensões. Um excitante caos se instala de masturbação, chupada no pescoço, pré-gozo escorrendo pela minha barriga e joelhadas eventuais no saco. A mão amiga agora se converte em apenas forma cilíndrica e quer que eu faça o serviço. Eu me posiciono para foder aquela mão e por não haver espaço para me equilibrar, preciso me reclinar sobre o camarada de trás. Agora é a minha coxa que está entre as pernas do cara a minha frente. Ele praticamente se senta sobre mim e posso sentir as bolas de outro batendo em meu joelho. Eu acelero a estocada, vez ou outra me agarrando novamente no saco do camarada de traz para eu não cair, fazendo-o gemer no meu ouvido e se esfregar ainda mais no meu braço. O tesão me impede de parar e a certeza que ninguém vê o que faço me dá coragem para continuar.
No entando, uma súbita movimentação reacomoda todos os lugares. Eu caio sobre algo que parece ser o assento do vaso e em seguida alguém cai sentado sobre mim. Ainda estou vendado, não é possível saber o que acontece, nem localizar quem estava me servindo. Porém, aquele outro com as mãos às costas consegue sentir meu pau, que permanece duro. Ele o conduz e me sinto penetrando seu cu apertado. É a primeira vez que fodo um cara. Eu deixo escapar um gemido e preciso respirar fundo para me segurar, pois estava apenas começando.
Enquanto ele rebola no meu colo, apoio meu rosto em suas costas, tentando não racionalizar o que acontecia. No entanto, a minha venda se desloca e, por uma fenda, posso compreender a cena se surge entre luz e penumbra. Quem cavalga meu pau é o estagiário do outro setor, um moleque ruívo, ao mesmo tempo que, livre da mordaça, chupa o cacete de cara negro pentelhudo, que não consigo reconhecer. Mais a frente o motorista da firma, já com as mãos livres, ergue o cu do gerente sobre a bancada da pia e enfia a pica bem fundo. Ninguém ali se interessa mais em sair. Focam apenas na foda.
O estagiário então se deita sobre meu peito, parando de rebolar, entalado com a rola do pentelhudo que a mete até o fundo daquela garganta. Eu estou preso atrás dele, com o pentelho do cara quase no meu rosto e preciso seguir no ofício por conta própria. Com as mão às costas, eu me apoio no vaso e projeto o quadril para socar aquele cu. A posição é desconfortável, mas eu não posso parar. Eu não posso ficar ali assistindo sem gozar.
A respiração de todos acelera e uma espécie de disputa se inicia. A cada estocada rápida, outra mais rápida surgia. A cada gemido profundo, outro mais alto ressoava. Tudo ficava cada vez mais intenso, mais inacreditável, mais gostoso, até que enfim se ouve o primeiro gemido de gozada que alguém não conseguiu conter. Naquele instante a sincronia se estabeleceu e os urros se espalharam. Gozavam uns sobre os outros como em algum tipo de ritual ancestral. Eu enchi o cu do estariagiário de porra logo depois do pentelhudo gemer de tesão encher a boca dele. Eu senti o ruivinho vibrar e gozar, com meu pau dentro dele, babando porra sobre a minha barba e beijando meu pescoço em seguida. Depois disso, tudo que se ouviu foi a respiração ofegante no recinto, os espasmos pontuais, retornando lentamente ao estado normal. Os corpos se escoravam novamente uns nos outros, agora com um sorriso no rosto, como se tivéssemos batido alguma meta em conjunto.
Antes que outra rodada começasse, a polícia apareceu. O pau da maioria estava em meia bomba e o corpo ainda melado da leitada, que fingiamos ser apenas suor. É claro que se percebia a diferença, mas nunca mais falamos sobre esse assunto. No entanto, às vezes, quando encontro algum deles em um elevador lotado, ouço a respiração de alguns mudar e percebo ajustarem a calça para disfarçar o pau que inevitavelmente fica duro.