O início
Este é o primeiro conto que escrevo e, talvez pela minha inexperiência, não sei ao certo como começar. Talvez, também, porque estou com minha esposa desde o ensino médio e, por isso, fomos evoluindo lentamente, com pequenas e sutis experiências até…. bem, até as histórias que vocês lerão em breve. Mas, por enquanto, vou iniciar descrevendo como surgiram as primeiras ideias de um relacionamento “menos tradicional”. Para contextualizar, embora tenhamos iniciado o namoro no terceiro ano do ensino médio, no fim de 2014, nos conhecemos um ano antes, quando – após alguns poucos meses – perdemos a virgindade juntos (história pra contar em outra oportunidade, talvez).
Ela já era uma linda goiana, com 1,68 de altura, de pele negra e macia, cabelos longos e lisos, sempre sorridente, usava um óculos de grau que transmitia a imagem de uma pessoa inteligente, meiga e, ao mesmo tempo, sexy. Eu era o estereótipo do gaúcho, com 1,87 de altura, branco, de olhos azuis, cabelo claro e liso. Após um tempo separados, começamos a namorar pra valer. Como é de se imaginar, um jovem casal, em um primeiro relacionamento sério, no auge dos 17 para os 18 anos, ainda descobrindo realmente proporia sexualidade, não tinha, de início, qualquer intenção de ter experiências fora do relacionamento. Isso seria, no começo, algo inimaginável.
No entanto, com o passar do tempo, as primeiras conversas surgiram assistindo vídeo porno e falando sobre quais categorias gostávamos. Mesmo com um frio na barriga e aquele medo do que o outro pensaria, começamos a falar, assistir e enviar vídeos de menage feminino, masculino, troca de casal e afins. Em seguida, naturalmente começamos a falar sobre o assunto enquanto transávamos. Lembro que tínhamos uma vergonha enorme dos nossos próprios desejos e, na minha cabeça, era inacreditável minha namorada falar que tinha tesão em me ver comendo outra mulher, por exemplo. As vezes, cogitava ser apenas um teste e eu, o ingênuo, estar caindo na armadilha. As falas ao pé do ouvido enquanto transávamos foram ficando mais intensas, mais explícitas, ousadas e, inclusive, passamos a fantasiar com amigos próximos. Eu narrava como seria ela transando com meu melhor amigo e, como uma espécie de retribuição, ela me fazia imaginar um menage com sua amiga da faculdade. Como era muito inicial, falar um nome alheio pela primeira vez durante o sexo foi, sem dúvidas, uma conquista. Agora nossas fantasia tinham nomes, rostos, corpos, cheiros e personalidades. Foi do abstrato ao concreto. Agora ela podia imaginar, por exemplo, a barba do meu melhor amigo roçando levemente entre suas pernas enquanto eu narrava detalhadamente como ele a chuparia até fazê-la gozar. E, quando a gente encontrava esse amigo, eu podia ver a vergonha misturada com tesão estampada em sua cara quando eles se cumprimentavam em um churrasco casual. Por outro lado, minha esposa (a época, namorada), de pele negra, me fazia imaginar como a sua amiga branca seria rosadinha lá embaixo e como este contraste seria excitante. Parece pouco, mas, para o momento, era muito. Mas, apesar de fantasiar por muito tempo, nunca havia ocorrido nada real, isto é, fora das nossas imaginações. Isso só mudou em 2021, ainda durante as restrições dá pandemia, agora com aproximadamente 23 anos. Mas, para não cansar muito, isso fica pro próximo conto.