O segredo entre nós
Eu e Lucas nos conhecemos quando éramos crianças. Nossas famílias eram vizinhas, e desde o primeiro dia em que nos vimos, nos tornamos inseparáveis. Ele era um ano mais velho que eu, com cabelos castanhos bagunçados e um sorriso que iluminava qualquer ambiente. Eu era mais quieto, mais introspectivo, mas com ele, eu me sentia à vontade para ser eu mesmo. O pai de Lucas, o Sr. Roberto, era uma figura imponente. Ele tinha 45 anos, um corpo atlético e um charme natural que fazia as mulheres do bairro suspirarem. Era viúvo e criava Lucas sozinho desde que o menino tinha cinco anos. Eu sempre o admirei, não apenas por sua aparência, mas por sua gentileza e pela maneira como cuidava do filho. Ele sempre me tratou como parte da família, e eu me sentia à vontade na casa deles.
Nossas brincadeiras de infância eram simples: jogávamos futebol no quintal, explorávamos o bairro de bicicleta e construíamos fortalezas com lençóis no quarto dele. Mas, à medida que entrávamos na adolescência, algo começou a mudar. Nossas brincadeiras se tornaram mais ousadas, mais íntimas. Foi Lucas quem deu o primeiro passo. “Você já se tocou?”, ele me perguntou um dia, enquanto estávamos deitados no chão do quarto dele, ouvindo música. Eu senti meu rosto queimar. “Não”, menti, embora já tivesse explorado meu corpo em segredo. “Eu já”, ele disse, com um sorriso travesso. “Quer que eu te mostre?” Eu hesitei, mas a curiosidade era forte demais para resistir. “Sim.”
Foi assim que começou. Nossas “brincadeiras” se tornaram mais frequentes, mais intensas. Aos poucos, fomos explorando nossos corpos, descobrindo o que nos dava prazer. Era um segredo que compartilhávamos, algo que nos unia ainda mais. Mas, com o tempo, as coisas começaram a mudar. Lucas começou a namorar, e nossas brincadeiras se tornaram menos frequentes. Eu me sentia traído, mas não podia dizer nada. Afinal, o que éramos? Apenas dois amigos que exploravam sua sexualidade juntos. Não havia compromisso, não havia promessas. Mas eu sentia algo por ele, algo que ia além da amizade.
O Sr. Roberto sempre foi uma figura presente na minha vida. Ele era o tipo de homem que todos admiravam: forte, gentil e protetor. Eu o via como um segundo pai, mas, à medida que crescia, comecei a notar coisas nele que nunca havia percebido antes. A maneira como ele se movia, como sorria, como falava comigo. Havia algo em sua presença que me deixava inquieto. Um dia, quando eu tinha 17 anos, o Sr. Roberto me chamou para ajudá-lo a consertar o carro. Lucas estava fora com a namorada, e eu estava sozinho com ele na garagem. O calor do verão fazia o ar parecer pesado, e o cheiro de óleo e gasolina se misturava ao suor em nossas peles. “Você está ficando forte, Pedro”, ele disse, enquanto eu segurava uma ferramenta para ele. “Já pensou em malhar?” Eu sorri, sentindo meu rosto queimar. “Às vezes. Mas não tenho tempo.” Ele riu, um som profundo e caloroso. “Você deveria. Faz bem para o corpo e para a mente.”
Naquele momento, nossos olhos se encontraram, e eu senti algo que nunca havia sentido antes. Havia uma tensão no ar, algo que não conseguia explicar. Foi então que ele me fez uma pergunta que mudou tudo. “Você já beijou alguém, Pedro?”, ele perguntou, seus olhos fixos nos meus. Eu senti meu rosto queimar. “Não, não ainda.” Ele sorriu, um sorriso que fez meu coração acelerar. “Quer tentar?” Eu hesitei por um momento, mas a curiosidade e a atração que eu sentia por ele eram fortes demais para resistir. “Sim”, eu sussurrei.
Ele se inclinou, e nossos lábios se encontraram em um beijo lento e hesitante. Foi meu primeiro beijo com um homem mais velho, e eu senti uma onda de excitação percorrer meu corpo. Seus lábios eram macios, e o sabor do café misturava-se ao seu perfume. “Como foi?”, ele perguntou, afastando-se um pouco. “Foi… incrível”, eu admiti, sentindo meu rosto queimar. Ele riu, um som suave e caloroso. “Quer tentar de novo?” Eu concordei, e desta vez o beijo foi mais confiante, mais intenso. Suas mãos se moveram para o meu rosto, e eu me entreguei à sensação, deixando que ele me guiasse. Foi então que ele me fez outra pergunta. “Você quer ir mais longe?”, ele sussurrou, seus olhos brilhando com uma mistura de excitação e hesitação. Eu hesitei por um momento, mas a curiosidade e a atração que eu sentia por ele eram fortes demais para resistir. “Sim”, eu sussurrei.
Ele sorriu, um sorriso que fez meu coração acelerar. “Então vamos.” Nossos corpos se encontraram em um ritmo antigo e primal, e eu continuei a me tocar, minha excitação crescendo a cada gemido, a cada movimento. Quando eles finalmente chegaram ao clímax, eu também atingi o meu, meu corpo tremendo com a intensidade daquela experiência. Eles se abraçaram, ofegantes, e foi então que o Sr. Roberto me viu. “Pedro!”, ele gritou, seu rosto uma mistura de choque e vergonha. Eu respirei fundo, tentando processar tudo o que havia acontecido. Em vez de raiva, senti uma estranha sensação de satisfação. O Sr. Roberto havia experimentado algo incrível, e eu havia testemunhado tudo. “Sr. Roberto, eu…”, eu comecei, mas ele me interrompeu. “Não precisa explicar”, ele disse, sua voz calma. “Eu vi tudo. E eu gostei.” Ele me olhou, confusa, mas também aliviada. Eu permaneci em silêncio, observando a cena se desenrolar.
Naquela noite, algo mudou entre nós dois. A aventura que deveria ter nos separado acabou nos unindo de uma maneira que nunca poderíamos ter imaginado. E, de alguma forma, eu sabia que aquela era apenas o começo de uma nova dinâmica em nossas vidas.